A síndrome de colisão do ombro ou síndrome do impacto, consiste em um quadro clínico no qual os tendões do manguito rotador, estrutura muscular que compõem o ombro, ficam irritados e/ou inflamados.
O ombro é uma estrutura complexa e está sujeita a dores e lesões, muitas delas provocadas por movimentos rotineiros do dia a dia. O mesmo é responsável por possibilitar a realização de movimentos precisos e amplos, como erguer os braços ou arremessar um objeto, especialmente durante o gesto esportivo.
Dentre as diversas ocorrências que podem acometer o ombro está a síndrome de colisão do ombro, além de tendinites e bursites por conta do uso excessivo da articulação.
O manguito rotador é um grupo de músculos que compõe a estrutura do ombro. Uma de suas principais funções é dar segurança e estabilidade ao movimento realizado.
Quando o paciente desenvolve a síndrome de colisão do ombro, o que acontece na prática, é uma alteração nos tendões do manguito rotador, que passam pelo espaço do subacromial, região que dá passagem ao acrômio, osso preso a um dos músculos do manguito.
O quadro da síndrome de colisão do ombro também pode ser sintetizado como uma alteração sistêmica no acrômio, devido à sua proximidade com os tendões e músculos do manguito rotador, fator que predispõe a uma compressão quando há a presença de uma inflamação.
Normalmente a grande maioria dos casos em que há a ocorrência da síndrome a mesma acaba sendo provocada pelo excesso de movimentos em abdução acima de 90º.
Para que você possa visualizar, a abdução dos ombros ocorre muito na realização do polichinelo quando os braços passam a linha dos ombros. Mas há também os casos em que a síndrome tem como origem traumas.
Esportes em que a ocorrência pode ser mais comum são natação, basquete e tênis, uma vez que o movimento e exigência dos ombros nestas modalidades, é constante. Tal problema se dá devido à falta de descanso que os atletas dão para as estruturas articulares se recuperarem antes de uma nova bateria de treinamentos, favorecendo o desgaste.
Vale destacar que a síndrome de colisão do ombro não é exclusiva apenas de atletas, mas esta classe ocupa uma porção considerável do problema devido ao estilo de vida. Contudo, indivíduos que fazem o uso recorrente da articulação devido a uma profissão que exige o trabalho braçal, também podem sofrer com esta condição.
Algumas condições que igualmente podem favorecer a ocorrência da síndrome de colisão do ombro são, por exemplo, cabeça anteriorizada e escápula abduzida.
O principal sintoma que caracteriza o quadro é a dor que pode se manifestar de maneira constante ou não, sendo mais leve, podendo agravar com a movimentação ou com o esticar dos braços.
A dor pode envolver tanto o próprio ombro, quanto o pescoço e o braço.
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Além da dor, podem ser observados sintomas de fraqueza muscular, limitação na amplitude de movimentos e em alguns casos perda de massa muscular.
O diagnóstico da síndrome de colisão do ombro se faz por meio da análise histórica do paciente e igualmente através de exame clínico. No exame clínico o ortopedista especialista em ombro analisa a força do paciente, assim como a sua amplitude de movimentos com a articulação.
Exames de ressonância magnética e ultrassom podem ser solicitados para analisar toda a estrutura do ombro, especialmente a RM, no qual mostra de forma detalhada a parte mole, sendo possível encontrar algum tipo de inflamação na região.
O tratamento para a síndrome de colisão do ombro tem por objetivo diminuir o processo inflamatório e o incômodo do paciente. Diversas alternativas podem acabar sendo adotadas para esse fim, mas tudo dependerá do grau em que esta infamação se encontra.
O uso do gelo pode vir a ser indicado, assim como a administração de medicamentos anti-inflamatórios, que por sua vez, podem ser utilizados por via oral ou injetáveis por meio da infiltração articular.
A fisioterapia também pode ser indicada, a fim de restaurar os movimentos do paciente, controlar a inflamação e corrigir possíveis gestos esportivos ou do dia a dia que estão favorecendo o desgaste muscular.
Em uma parcela pequena dos casos, a cirurgia pode ser uma solução indicada, mas a indicação é apenas se o paciente não apresentou boa resposta a nenhuma das opções anteriores.
Quando a reabilitação proposta se faz de maneira adequada, os resultados obtidos acabam sendo totalmente satisfatórios e dispensam a cirurgia, no entanto, cabe sempre a avaliação prévia de um ortopedista especialista em ombro para que o tratamento adequado seja proposto.
Sim, é possível. Para atletas, a prevenção se dá através da dosagem no volume dos treinamentos e em atitudes que promovem a recuperação articular e muscular, como o recovery esportivo, além de intercalar os treinamentos para que o corpo se recupere e o risco de lesão, diminua.
Aos pacientes que não têm o costume de praticar esportes, mas convivem com movimentos constantes do ombro em decorrência da profissão, o ideal é adaptar a forma de trabalho de uma maneira que não sobrecarregue a estrutura.