A osteólise da clavícula distal tem se tornado um quadro muito comum nos consultórios médicos. Por um lado, temos conseguido vencer o sedentarismo e levado um número consistente de pessoas a praticar exercícios físicos, sobretudo, a musculação. Contudo, apesar de ser um ponto positivo, a prática incorreta da musculação pode desencadear a condição.
Se você pensa em deixar o sedentarismo de lado e iniciar treinamentos através da musculação, é preciso ter cuidado. O fato é que esta modalidade pode predispor o paciente ao quadro, uma vez que esta condição se dá através da realização de treinos com cargas superiores às suportadas e com um número de repetições muito elevada.
A clavícula, lateralmente em conjunto à escápula, forma a articulação acromioclavicular. Essa articulação está protegida por ligamentos e possui pouca mobilidade. Quando submetida a movimentos intensos, com alta carga e igualmente repetitivos, pode desenvolver a chamada osteólise da clavícula distal.
Esta condição se manifesta, especialmente, em praticantes da musculação, arremessadores de peso e trabalhadores que fazem o uso recorrente da articulação, erguendo cargas excessivas de peso por um período demasiado.
Em síntese, podemos classificar o quadro como uma fratura desencadeada pelo estresse provocado. O osso que realiza todo o movimento, ao estar submetido a uma série tão intensa, perde sua força e a capacidade de suportar a carga.
Nestes casos, ocorre a perda do composto mineral do osso, desencadeando um processo de reabsorção de massa óssea. Essa é a principal característica da osteólise da clavícula distal.
Como vimos até aqui, a principal causa que desencadeia a osteólise da clavícula distal está diretamente relacionada com o excesso de carga carregada e o excesso de movimentos repetitivos que o indivíduo faz com essa articulação.
Todavia, apesar de estar atrelado à prática de atividades físicas, o quadro não se restringe apenas aos atletas, e como mencionado, pode acometer também profissionais que atuam com movimentos repetitivos que envolvem o carregamento de peso, por exemplo.
O principal sintoma apresentado pelo paciente está diretamente relacionado com o quadro de dor no ombro afetado, que pode variar o grau de intensidade, mas que se agrava principalmente quando a articulação acromioclavicular é apalpada pelo ortopedista especialista em ombro.
+ Ortopedista Especialista em Ombro
Além da dor, o paciente não consegue realizar tarefas simples do seu dia a dia, como pentear o cabelo ou erguer o braço para alcançar algum objeto.
O diagnóstico leva em conta, inicialmente, o conjunto sintomatológico que o paciente apresenta e o exame clínico.
No caso dos testes clínicos, eles são de suma importância para o ortopedista. Nele, são solicitados diversos movimentos com o ombro. Além disso, o histórico do paciente também é avaliado, a fim de compreender o motivo no qual desencadeou o problema.
O ortopedista também solicita exames de imagem para sustentar o diagnóstico e prescrever o tratamento adequado para a osteólise da clavícula distal.
Um dos procedimentos solicitados, é ressonância magnética. Este método de avaliação, consiste em um exame de imagem mais indicado para a identificação do quadro, isso porque por meio dela se faz possível identificar um edema nos ossos que compõem a articulação do acromioclavicular.
O tratamento tem início primeiramente na diminuição das atividades que resultaram na lesão. Se o paciente desencadeou a osteólise da clavícula distal pode meio do treinamento excessivo será necessário se afastar temporariamente da academia ou modalidade praticada.
Além da suspensão das atividades relacionadas a lesão, gelo e medicamentos anti-inflamatórios ajudam bastante na reabilitação, ainda mais se puderem ser combinados com a fisioterapia.
Em suma, a reabilitação envolve a realização de exercícios leves que englobam o alongamento dos músculos da região do peitoral e igualmente da cápsula posterior do ombro.
A próxima etapa do tratamento se baseia no fortalecimento do manguito rotador e dos paraescapulares, para que o paciente retome as suas atividades de forma normal, sem desequilíbrios musculares na região que podem desencadear outro problema.
A cirurgia acaba sendo a última alternativa e indicada apenas quando os tratamentos conservadores não surtem efeito e se tornam incapazes de reabilitar o indivíduo.
No caso da cirurgia há a opção de ressecção do distal presente na clavícula, sendo uma das melhores abordagens. A cirurgia tem como método de realização a artroscopia.
Através da artroscopia do ombro, uma pequena câmera é inserida e com o auxílio de instrumentos cirúrgicos específicos, é possível a ressecção do terço distal e retomar as funcionalidades da região.
Sim, é possível. Contudo, o paciente deve saber dosar a intensidade e o volume dos treinamentos, a fim de evitar a sobrecarga e o desgaste prematuro da região da clavícula distal.
Para isso, é preciso do acompanhamento individualizado de um personal trainer para orientar e prescrever uma série de exercícios que sejam adequados com o biotipo e o suportado por pelo atleta.
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Caso se faça necessário e haja uma descompensação muscular, é preciso realizar uma avaliação prévia junto de um ortopedista esportivo em conjunto com um fisioterapeuta, a fim de identificar possíveis problemas e corrigi-los antes de iniciar a prática esportiva ou fazer um treinamento focado no fortalecimento da região.