Também conhecida como cotovelo de golfista, a epicondilite medial é uma inflamação que afeta os músculos e tendões responsáveis pelos movimentos de flexão dos punhos e dos dedos.
Apesar do que o nome popular sugere, o problema não ocorre somente em praticantes de golfe. Pessoas que executam movimentos repetitivos com as mãos e com os braços durante o trabalho ou a prática de exercícios, como a musculação ou a digitação, também podem sofrer com a inflamação da região tendinosa, desencadeando um quadro de epicondilite medial.
Os tendões são as estruturas responsáveis por ligar os músculos aos ossos, permitindo que movimentos naturais, como pegar um objeto ou realizar a pisada durante a corrida, ocorram. Em atividades como a digitação, a jardinagem ou a construção, onde há a exigência do trabalho constante dos braços e mãos por um longo período de tempo, podem ocorrer microtraumas nos tendões e nos músculos da região interna dos braços.
Quando isso se torna recorrente e frequente, os machucados se acumulam nas estruturas, que ficam sobrecarregadas e não têm tempo de se recuperar de cada impacto. Dessa forma, pode ocorrer uma inflamação no local, caracterizando assim a epicondilite medial.
De acordo com as características do movimento, os esforços repetitivos também podem causar outros tipos de lesão, como a epicondilite lateral.
A epicondilite medial se desenvolve em resposta ao esforço repetitivo ou excessivo das estruturas responsáveis pela movimentação das mãos e punhos, que causa lesões e inflamação nos tendões e músculos.
Um esforço pontual na região também pode desencadear este quadro clínico. Situações em que o cotovelo ou o antebraço são forçados a realizar movimentos bruscos, como ocorre ao lançar a bola no jogo de golfe, podem danificar as estruturas locais e causar a ocorrência da lesão. Essas situações também podem desencadear incômodos em outras regiões, como nos ombros e na clavícula.
Questões anatômicas, como desequilíbrio muscular ou falta de flexibilidade muscular também aumentam as chances de ocorrer a epicondilite medial. Outro fator relevante é o avanço da idade, já que com o passar dos anos e a fragilização das estruturas, há mais chances de ocorrer tais ferimentos. A prevalência desse quadro é maior em pessoas de 45 a 55 anos de idade.
A epicondilite medial causa uma dor de intensidade variável que é mais notável no lado interno do cotovelo. Ela também pode se irradiar para a região do punho, dificultando a movimentação dos dedos e das mãos. O incômodo piora quando o membro está esticado ou quando ocorre a tentativa de realizar movimentos rotativos no pulso, como ao parafusar alguma coisa, por exemplo.
A sensação de rigidez no cotovelo também pode estar presente, tornando complicada a tarefa de estender o braço. Além disso, a sensação de fraqueza nas mãos ao tentar segurar objetos e a presença de formigamentos podem ser notadas e interferir no cotidiano do indivíduo.
O diagnóstico para a epicondilite medial é feito através da avaliação clínica realizada por um médico ortopedista. A dor ou a dificuldade para flexionar o cotovelo e o punho são os mais fortes indicativos dessa lesão.
Exames de imagem, como ressonância magnética e a ultrassonografia, podem ajudar a esclarecer os casos em que há dificuldade no diagnóstico e também auxiliam o acompanhamento da evolução do quadro.
O tratamento da epicondilite medial geralmente não exige cirurgia e as abordagens adotadas devem ser definidas individualmente de acordo com as características específicas de cada caso. É comum que os objetivos gerais dos procedimentos sejam reduzir os incômodos no local e recuperar a função e condicionamento da musculatura afetada.
Primeiramente, após uma crise aguda de dor, é recomendado que o paciente fique em repouso e não execute movimentos repetitivos. A longo prazo, o tratamento inclui a mudança de hábitos durante a prática esportiva ou de movimentos constantes que podem desencadear uma nova ocorrência de epicondilite medial. A utilização de aparelhos que melhoram a estabilidade das mãos, punhos e cotovelo e permitem uma movimentação natural também são agentes que contribuem para a recuperação.
Exercícios de alongamento e fortalecimento muscular e tendinoso fazem parte do tratamento e sessões de fisioterapia são necessárias para uma recuperação eficiente.
O uso de compressas de gelo ajuda a controlar a inflamação e diminuir quadros dolorosos. O médico especialista também pode recomendar medicamentos tópicos antiinflamatórios de uso oral.
Quando o incômodo permanece por mais de 6 meses, o especialista pode indicar a aplicação de medicamentos injetáveis no local da dor e a adoção de terapias alternativas para complementar o tratamento.
Somente em casos em que o tratamento não invasivo não gera resultados suficientes é que a cirurgia reparadora pode ser considerada.
Tanto indivíduos que já apresentaram quadros de epicondilite medial quanto pessoas que querem se precaver o desenvolvimento dessa inflamação podem adotar hábitos saudáveis para evitar o quadro. Se possível, recomenda-se adaptar o ambiente de trabalho ou a prática que envolve movimentos repetitivos para evitar ao máximo o ocasionamento de lesões.
Além disso, é importante realizar uma sessão de alongamento nos braços, punhos e dedos e adicionar exercícios de fortalecimento da musculatura local à rotina diária. Esse hábito prepara os músculos e tendões para os possíveis impactos e reduz a chance de danos e lesões.
Por se tratar de um problema que afeta principalmente praticantes de atividades físicas e trabalhadores que usam muito os braços, mãos e dedos, estes devem tomar um cuidado especial e se atentar à forma correta de segurar determinados objetos e aparelhos que são exigidos durante a execução da atividade.
Como os sintomas podem se desenvolver aos poucos, o acompanhamento com um profissional também é essencial para obter orientações e otimizar as atitudes de prevenção.